6 de junho de 2013

A História por trás da história...

Estou a ler um livro fascinante chamado Uma Casa de Família. Pouco sabia acerca do livro, excepto que era passado nos fins dos anos 30 (e isso para mim já é meio caminho andado para me interessar por um livro, eheheh).


Sou do tipo de pessoa que, nestes casos, vai logo ao Google procurar por nomes de terras e imagens, para me situar. Não quer dizer que não tenha imaginação, mas eu sou cusca, pronto.. lol. Mal poderia imaginar que este livro tinha sido baseado não numa história verídica, mas num local que existe mesmo. Ok, dirão vocês, nada de especial. Há muitos livros assim... Pois... Mas neste caso, a história é passada em Tyneford (real Tyneham) e é uma aldeia que tem uma história triste no seu passado. E presente.

Um pouco de História:
Tyneham é actualmente uma aldeia de 30km2 e está abandonada, pertencendo desde os anos 40 aos militares. Só está aberta ao público aos fins-de-semana.

Com o aproximar da Guerra, uns dias antes do Natal de 1943, os seus 252 ocupantes foram mandados desocupar a aldeia, para ser utilizada como campo de treinos para as tropas. A última pessoa que saíu deixou uma nota na porta da Igreja:


Esta situação supostamente seria temporária. Mas em 1948 o Exército expropriou os habitantes da aldeia, e esta está em seu poder desde então. Como desde essa altura não tem havido agricultura/pesticidas, a vida selvagem floresceu nessas terras.
Em 1975, e devido a queixas dos habitantes locais (vizinhos) como de turistas, o Ministério da Defesa começou a abrir o local ao público, aos fins de semana e em Agosto.
Neste momento as casas estão todas em ruína. Só a igreja e a escola estão intactas e tornaram-se museus. Na escola, as coisas ainda estão todas como se as crianças estivessem somente ido ao intervalo. Os seus trabalhos ainda estão nas secretárias, e os seus nomes ainda estão nos respectivos cabides. 

Igreja de Tyneham
Escola de Tyneham
Voltando ao livro, a história passa-se na Casa de Tyneford. ora Tyneham também tinha uma casa senhorial. Infelizmente não está aberta ao público, e também está já em ruínas, mas facilmente se consegue arranjar fotos antigas de como era.





Podemos fácilmente imaginar Elise a olhar por uma das janelas de um dos quartos nas águas-furtadas e a passear pelo jardim...

É um livro que estou adorando ler, não só pela história em si, mas também por me ter feito descobrir a história de mais de 200 pessoas que moravam numa aldeia e que foram obrigadas a sair, pensando que um dia voltariam às suas casas, e nunca mais o puderam fazer... É triste.

4 de junho de 2013

Elise Hensler/ Condessa de Edla

Por vezes procuramos muito no exterior, mas esquecemo-nos que cá em Portugal também temos histórias e lugares lindos! É o caso da Condessa de Edla.


Ora Elise Hensler nasceu em 1836 e era de origem Suíssa/Alemã. Aos 12 anos ela e a família emigraram para Boston, nos EUA. Adorava as Artes, e terminou os seus estudos em Paris. Ao longo dos anos tornou-se fluente em 7 línguas. A 10 de Junho de 1869 casou-se com D. Fernando II de Portugal.


O casal gostava de se refugiar em Sintra, onde D. Fernando tinha comprado o então abandonado mosteiro da Nossa Senhora da Pena.
Entretanto, entre 1864 e 1869, doi mandado construir o Chalé da Condessa de Edla, numa área de 8 ectares, a oeste do Parque da Pena.
Foi edificado segundo os modelos dos Chalés Alpinos, que não só estavam muito em voga na altura, como atendia também às origens da própria Condessa.






 Em pedra e cal, o revestimento exterior simula madeira, algo comum no final do séc XIX. As molduras das portas e janelas foram feitas em cortiça, e foram utilizadas 2 toneladas de cortiça virgem.

Após a queda da Monarquia Portuguesa, em 1910, o Chalé ficou ao abandono e falta de manutenção. Em 1999 houve um incêndio criminoso que destruíu grande parte do Chalé.


Entretanto já foi recuperado, felizmente. Entre 2011 e 2013 foi recuperado, e voltou à sua beleza e esplendor original. A seguir colocarei algumas imagens do interior. 

Cozinha do Chalé